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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A FÁBRICA - Novela da TV Tupi (Capítulo 300)

A Fábrica foi uma telenovela brasileira que foi produzida pela

Rede Tupi e exibida no horário das 19 horas, de 1 de março de 1971 a 11

de março de 1972, teve 304 capítulos. Foi escrita e dirigida por Geraldo

Vietri.

Sinopse:
Há quatorze anos, a fábrica de tecelagem

Santa Isabel sofreu um incêndio, que resultou na morte do antigo dono da

fábrica e deixando apenas dois teares e uma parede, de pé. Isabel,

filha do falecido dono da fábrica, irá reconstruir e fazê-la prosperar

novamente. E quando as atividades na fábrica parecem estar voltando ao

normal, o gerente Pádua começa a enfrentar difíceis problemas.
Augusto

Barros, antigo operário, é demitido por uma falta que, parece ter sido

cometida pelo seu genro César, para lhe roubar sua função na fábrica.

César se mostra de imediato um "mau caráter" ao se oferecer para ocupar a

vaga do sogro, após um pedido dele a Pádua. E o pretexto que faltava,

para os operários iniciarem uma greve e, Pádua não se compadece com as

reivindicações e despede a todos, os envolvidos na greve. Instalada a

crise, Isabel tentara contorná-la, prometendo indenizar a todos os

operários.
Isabel contara com a ajuda de Fábio, o líder dos

operários, com quem sentira um forte envolvimento emocional. Até que

Fernando, seu então marido -- dado como morto no incêndio da fábrica, há

14 anos --, reaparece para ocupar seu lugar na direção da fábrica.
Na

história, ainda temos, a bonita história de amor entre Pepê e Nina. Ele

é um operário baiano, de 40 anos, pobre e feio, rústico, mas de bom

coração, que estudava por correspondência. Já ela, também pobre e feia,

mas com um envolvimento cultural, pois ela é prima de Isabel, e haviam

sido criadas juntas.

DIREITOS RESERVADOS A CINEMATECA BRASILEIRA


Trilha Sonora da novela:

Novela escrita e dirigida por Geraldo Vietri,   trilha preparada especialmente para a trama da Tupi com a Grande Orquestra Copacabana e alguns de seus regentes/arranjadores. A trilha é totalmente orquestral com alguns temas criados a partir da música erudita, clássica e outras em arranjos criados pelos maestros Portinho, Leo Peracchi, Renato de Oliveira, Edmundo Vilani, Salinas e Moacyr Portes. Para quem gosta de orquestra.
canção da alegria (baseado no último movimento da 9ª sinfonia, de beethoven
tema da sinfonia nº 40 em sol menor, de mozart
concert for a lover’s ending
cinismo
tema de izabel
nosso primeiro amor
opus nº 3
opus nº 4
a força do amor
or-nan
a canção anti tóxico
  Novela A Fábrica,- Selo Copacabana

SALÁRIO MÍNIMO - Novela da TV Tupi

SALÁRIO MÍNIMO foi uma telenovela brasileira produzida pela  TV
Tupi e exibida de 11 de setembro de 1978 a 10 de março de 1979. Foi
escrita por Chico de Assis e dirigida por Antonio Abujamra.

Sinopse:
Na
Vila Giselda, a ação de Dona Zilda, a super mulher que protege os
humildes moradores das especulações financeiras das camadas mais altas.

DIREITOS RESERVADOS A CINEMATECA BRASILEIRA.

Salário Mínimo-Trilha da novela da Tupi

Salário Mínimo,Selo GTA
então vale a pena – simone
sampa – caetano veloso
inconveniencia – lula carvalho
iceberg – marilia medalha
vida norturna – zizi possi
calçadas – wilson miranda e paulo cesar pinheiro
tico tico no fubá- waldir azevedo
tenho – sidney magal
baião collection – fernando mendes e luiz gonzaga
pode chegar – peninha
um sonho – marcelo
de vez em quanto – elizabeth
amor de estrada – tom zé
ai que filosofia – neuber

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

J SILVESTRE - volta a TV TUPI canal 4 - 1968



J SILVESTRE - volta a TV TUPI

TV TUPI - MAIS COR EM SUA VIDA - 31/3/1972 - PARTE 1

Trecho do programa MAIS COR EM SUA VIDA, que inaugurou oficialmente as
transmissões em cores da TV Tupi, em 31 de março de 1972. Foi
apresentado por Walter Foster e Cidinha Campos e teve a participação de
grandes astros da MPB. A fita com a gravação desse programa histórico
foi encontrada casualmente durante os trabalhos de recuperação do que
sobrou do acervo da TV Tupi,feitos pela TV Cultura, a Fundação
Pro-Memória e a Cinemateca Brasileira, em 1990. Os trechos aqui
disponíveis foram apresentados na série de programas apresentados pela
TV Cultura, em 1990, por ocasião das comemorações dos 40 anos de TV no
Brasil. O programa se chamava 40 ANOS DE TV, era apresentado por Júlio
Lermer e era levado ao ar`nas tardes de domingo.

Erasmo Carlos E Roberto Carlos (TV Tupi 1971)



  (TV Tupi 1971)acervo da Tv Cultura de 1992

Programa ''Flavio Cavalcante, A Grande Chance'' Tv Tupi

Programa Flávio Cavalcanti - MIT (Mercado Internacional de Talentos)

Programa exibido em 1970 pela TV Tupi do Rio de Janeiro.

Programa Carlos Imperial: Concurso de discothèque - Tv Tupi (1979)

Carlos Imperial e a Banda Black Rio criaram a Dança do Figueiredo, que virou hit das pistas de dança em 1979.
Servia
de trilha para o concurso de discothèque das noites de sábado na Tv
Tupi, decidido por jurados como Édson Santana (o eterno Rei Momo
carioca), Eustáquio Senna, Cláudio Cunha e o comediante Tutuca, que não
se conteve e simulou um rápido strip tease enquanto dançava com a
estonteante lebre Vera Garrido.

A Nossa História PRF-3 TV Tupi - 25 Anos

Vinheta da TV Tupi - 1977

TV
Tupi de 1977 com direito a contagem de 10 segundos com a placa de aviso
"Atenção". Após o insucesso com a chamada "nova fase", a Tupi sentiu-se
obrigada a retornar a utilizar seu bom e velho logotipo, que havia sido
lançado em 1972. Isso aconteceu em 1º de agosto de 1977, quando a
emissora passou por uma reformulação administrativa, buscando a quase
impossível unidade nacional na sua linha de produção de programas e
procurou amenizar a rivalidade entre paulistas e cariocas (motivada pela
criação do Condomínio Acionário dos Diários Associados por Assis
Chateaubriandt antes de morrer) definindo que a Tupi paulista era
responsável pelo jornalismo e teledramaturgia, enquanto que a Tupi
carioca produziria os humorísticos e os shows musicais. Outro reflexo
dessa reformulação foi a mudança de horário da novela "Éramos Seis", que
passou das 19h00 para 19h30 devido a concorrência difícil de ser feita
frente a novela Global "Locomotivas" que atingia 65% de audiência. A
estratégia de mudança de horário deu certo e amenizou a crise que batia a
porta dos estúdios do Sumaré. Este video foi retirado no Banco de
Conteúdos Culturais da Cinemateca Brasileira, onde possui um vasto
acervo online da saudosa TV Tupi (www.bcc.org.br/tupi).

Um Homem Muito Especial - chamada da reprise

a Band, na época ainda chamada de TV Bandeirantes, anunciou que produziria uma nova versão de Drácula, que seria chamada de Um Homem Muito Especial. O elenco seria praticamente o mesmo, bem como a direção, a cargo de Atílio Riccó, e a supervisão de Walter Avancini.

DRÁCULA

Drácula, Uma História de Amor foi uma telenovela brasileira que estreou
em 28 de janeiro de 1980 na TV Tupi. Foi escrita por Rubens Ewald Filho,
dirigida por Atílio Riccó e estrelada por Rubens de Falco, Carlos
Alberto Riccelli e Bruna Lombardi.

Memória da TV Em 1980, novela começou na TV Tupi e terminou na Bandeirantes

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiddRa_lGhQKfh-1sgvfhykdltP2F6paUbLeSPQQyeZKnotFNly2hVTgNFOs-bn1mVgtmfrLfoKoBtsP_wvnzHkknN7ydyqY5WIEOIX7PSFK86Gyd3s7n_6zhldePXqODoNkOxbxsuZ4Mw/s1600/Image+(17).jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-kaMts80JmhT_TnH6umAxiPq206yN57FJeB8Ens8IepXByyKtYcpklVVeC_Q1JCX2hejsIG-R3zQ0dRN1oLXaVzh28OkWNJHgL-x8onXVj-_hyFIJwK1kdMvXV0IhOlNksKbzgiKSk8Y/s1600/tupi.jpgA novela
Drácula percorreu, em 1980, um caminho incomum: começou a ser exibida por uma emissora e terminou em outra. Era estrelada por Rubens de Falco, que se apaixonava pela mulher (Bruna Lombardi) do filho (Carlos Alberto Riccelli). Teve poucos capítulos na Tupi. Foi retomada meses depois na Band.
Quando a greve se intensificou, a novela tinha apenas cinco capítulos gravados, dois deles sonorizados. A emissora passou a reprisar os poucos capítulos já exibidos, dizendo ser um pedido do público, mas não passava de uma desculpa para burlar a crise. A novela Como Salvar Meu Casamento teve o mesmo problema e também saiu do ar.
O derradeiro capítulo de Drácula foi apresentado em 6 de fevereiro. A partir do dia 11 daquele mês, começou nova reprise. Em seguida, a emissora passou a reapresentar novelas antigas de sucesso, como O Profeta e A Viagem.
Extinção da teledramaturgia da Tupi
Muitos funcionários da Tupi passavam necessidades e, para amenizar a situação, foi criado um fundo de greve, que arrecadou 250 mil cruzeiros em seus primeiros dias. Foram realizados shows especiais, com nomes como Dominguinhos, Papa Poluição, Circo Humano e Terra Sol para levantar recursos. Conhecidos autores também promoveram vendas especiais de seus livros, com noites de autógrafos.
No dia 12 de fevereiro, sem qualquer condição de continuidade, a emissora demitiu todo seu elenco de teledramaturgia, incluindo aí os integrantes de Drácula, Como Salvar Meu Casamento e Maria de Nazaré, além dos integrantes do programa vespertino Mulheres.
Por incrível que possa parecer, dada a precária situação da Tupi, Drácula foi elogiada por sua qualidade. A crítica Helena Silveira destacou, dia 1º de fevereiro de 1980, também na Folha, que “em dois capítulos já se criou um clima, uma atmosfera. Muito cedo para dizer se o vampiro não irá degringolar pelos abismos do ridículo. Mas o fato é que alguns dos personagens mais importantes já tiveram seu selo, sua marca registrada. (...) Enfim, a Tupi não está com uma pedra no meio do caminho. Está com uma montanha. É melancólico ver-se uma novela com certo carisma estrear cercada por insegurança. Em todo o caso, o próprio enredo não poderá deixar de ser sinistro”.
Drácula renasce na Bandeirantes
No dia 6 de julho, a Band, na época ainda chamada de TV Bandeirantes, anunciou que produziria uma nova versão de Drácula, que seria chamada de Um Homem Muito Especial. O elenco seria praticamente o mesmo, bem como a direção, a cargo de Atílio Riccó, e a supervisão de Walter Avancini. Enquanto isso, a Tupi agonizava. Sairia do ar alguns dias depois.
Uma grande festa foi realizada na badalada boate Gallery, em São Paulo, para lançar Um Homem Muito Especial. A trama estreou no dia 21 de julho de 1980 e seguiu, sem as grandes complicações da breve versão anterior, até 7 de fevereiro de 1981. Um fato curioso é que Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli deixaram a Bandeirantes pouco antes do final da trama e seguiram para a Globo, sem finalizar suas participações.
No portal Teledramaturgia, Nilson Xavier disse que, na Band, a novela ganhou menos cenários, mais nudez e violência e ainda mais atores. “Com o processo de criação dos mais impecáveis, Um Homem Muito Especial só não teve repercussão por ter passado por diversas fases desestimulantes. Consuelo de Castro terminaria de escrever a novela, que também teve capítulos escritos por Jaime Camargo, e transformou-a num bangue bangue à brasileira”, comentou.
Um fim melancólico para uma novela que começou em ambiente não menos conturbado.

FONTE:
Por Thell de Castro

Ilustração:Enrique Elson Lee

MATÉRIA ESPECIAL

Notícia do jornal semanário santista Boqueirão News, publicada na edição de 18 a 24 de setembro de 2010, páginas 1 e 7:

PIONEIRISMO EM SANTOS - A televisão brasileira completa neste sábado (18) 60 nos da primeira transmissão realizada pela TV Tupi, em São Paulo. Utilizando três câmeras, o diretor Cassiano Gabus Mendes colocou ao ar o programa TV na Taba, com apresentação de Homero Silva e participação de artistas como Mazzaropi, Walter Forster, Lia de Aguiar e Lolita Rodrigues. A Cidade faz parte desta trajetória: foi na Vila Belmiro, em um jogo entre Santos e Palmeiras, a primeira transmissão externa direta para o País. Também foi pelo Porto de Santos que entraram os primeiros aparelhos televisores e os equipamentos para a montagem da emissora paulista
Imagem: reprodução parcial da primeira página da edição
Televisão 
64 anos de história


A TV Brasileira faz neste sábado (18) aniversário. Santos integra esta trajetória: foi aqui a primeira transmissão externa direta para o País. Também foi pelo Porto de Santos que entraram os primeiros televisores e equipamentos

Da Redação
 
Em 18 de setembro, mas de 1950, os santistas e demais brasileiros se ajeitavam nas poucas salas que possuíam aparelhos televisores para assistir à primeira transmissão pela TV Tupi. Exatamente às 21h40, utilizando três câmeras, o diretor Cassiano Gabus Mendes colocou ao ar o programa TV na Taba, com apresentação de Homero Silva e participação de artistas como Mazzaropi, Walter Forster, Lia de Aguiar e Lolita Rodrigues, que cantou o hino da televisão.

Tudo era ao vivo, uma vez que não havia videotape e, portanto, ainda não existia a possibilidade da gravação. O responsável foi Assis Chateaubriand, o Chatô, como era conhecido na época. Empresário e jornalista, Chatô trouxe ao Brasil os primeiros aparelhos de TV e todos os equipamentos necessários para implantar a emissora no País. Equipamentos importados que chegaram quase sempre pelo Porto de Santos e seguiam a caminho de São Paulo.

Os primeiros anos da televisão foram um grande laboratório. Com influência do rádio e do teatro, a TV tomava forma. Tudo era a base do improviso. Em 19 de setembro foi ao ar o primeiro telejornal, Imagens do Dia, sem horário fixo, geralmente indo ao ar às 21h30 ou 22 horas. No mesmo ano também surgia o primeiro teleteatro: A Vida por um Fio, história baseada no norte-americano Sorry, Wrong Number, que conta um drama policial com Lima Duarte, Lia de Aguiar, Walter Forster, Dionísio Azevedo e Yara Lins.

Cinco anos mais tarde da primeira transmissão, porém na mesma data, Santos entraria para a história da TV Brasileira. Foi aqui, na Vila Belmiro, em um jogo entre Santos e Palmeiras, que foi realizada a primeira transmissão externa direta. A Cidade também foi pioneira, em 1957, na criação da televisão regional.

Com torre de transmissão/retransmissão instalada na Ilha Porchat, em São Vicente, a Cidade inaugurou com a TV Santos o modelo que é seguido até hoje pelas emissoras de televisão regional, porém o projeto não durou muito. Mesmo com sinais precários da pioneira TV Tupi de São Paulo e das demais emissoras paulistanas que se seguiram (TV Paulista, canal 5, e TV Record, canal 7), existem dados que demonstram que Santos já possuía, em 1956, 4 mil aparelhos de televisão.

Global x regional - "A TV Regional começou a funcionar mesmo, do jeito que é até hoje, por volta da década de 80, com o objetivo de aproximar a população local de diferentes regiões para o que estava sendo exibido pela TV. O morador das cidades precisam se ver. A idéia era refletir valores culturais de diferentes localidades e sair do eixo Rio-São Paulo", explica o jornalista e professor universitário, Marcus Vinicius Batista.

Atualmente, a Baixada Santista conta com sete emissoras regionais em canal aberto, sendo quatro comerciais (TV Tribuna, TV Record, VTV e TVB) e três educativas (TV Santa Cecília - que assumiu a antiga TV Litoral. TV Universidade Católica de Santos - afiliada à TV Cultura de São Paulo, além da TV Ilha do Sol, ligada à Unaerp, em Guarujá, afiliada ao canal Futura.

Para Batista, o que falta na TV regional é a experimentação. "Precisamos inovar, utilizando linguagens e formatos novos. Um dos motivos que isto não acontece é a padronização imposta pelas grandes redes, o que engessa a programação local", explica. O jornalista acredita que falta também programas políticos para discutir questões de interesse das nove cidades da Baixada Santista.

"Neste ponto, a TV ainda está atrasada. O jornal impresso está sempre à frente com as notícias, salvo em raras exceções", ressalta. Já em relação às educativas, de acordo com Batista, falta espaço para mais programas que valorizem a região e também produções dos próprios alunos.

Já o jornalista Eduardo Silva, diretor da TV Tribuna, filiada à rede Globo, acredita que a qualidade dos programas regionais está se superando a cada ano, valorizando a cultura local. "Produzimos hoje, além do jornalismo, quatro programas de destaque: Rota do Sol, que mostra a região como nunca antes, Viver Bem, Corpo e Ação e o especial de curta metragens, que este ano completa quatro anos, apresentando os filmes que participam do Festival de Curta Metragens - Curta Santos", ressalta.

A TV Tribuna emprega hoje 150 funcionários, sendo que 60 entre jornalistas e radialistas. Para ele, as televisões regionais funcionam também como o principal impulso para que os jornalistas que atuam na Cidade entrem nas grandes emissoras, "como é o caso de muitos dos profissionais que passaram pela TV Tribuna".

 

AO VIVO - Sem a possibilidade do uso de videotape, as primeiras transmissões eram realizadas ao vivo
Foto: arquivo pessoal de Albertino Aor Cunha, publicada com a matéria
Lembranças de quem atuou na Tupi

Vivendo em Santos, o jornalista e técnico Albertino Aor Cunha, hoje com 80 anos, trabalhou de 1974 a 1982 na antiga TV Tupi. Começou na área de iluminação, em seguida se tornou coordenador da iluminação e não demorou para atuar como supervisor de qualidade técnica. "Era chefe de operações, sendo responsável por 300 homens. Não podia deixar passar nenhum erro, seja de iluminação, som, cor ou a seqüência das cenas. Tudo tinha que estar em perfeita ordem e sintonia", relembra.

Albertino participou da produção de 13 novelas, além de shows, partidas de futebol e programas de jornalismo. Com boas lembranças, dá risada de tudo que viveu junto com a equipe técnica e os atores. "Quando entrei na Tupi já éramos em 1.200 funcionários em São Paulo, com três estúdios, um palco para show e dois estúdios para jornal, além de toda estrutura para redação e outros espaços técnicos", diz.

Na primeira transmissão, Albertino ainda não estava trabalhando na emissora. "Lembro de ter assistido, mas não achei graça. Gostava muito mais do rádio, com suas novelas e glamour, mas me lembro da minha primeira televisão, portátil, verde. Foi uma festa quando a levei para casa", conta. Mal sabia que trabalharia na área. "Na época, já fazia cinema. Como era muito difícil viver destas produções acabei indo para o Paraguai trabalhar na Televisión Cerro Cora, onde fiquei por nove anos. Quando voltei, pensei em voltar para o cinema, mas o que tinha na época era apenas porno-chanchada. Não me interessei muito e acabei indo para a TV Tupi, encantado principalmente pela cor que começava na época", ressalta.

Albertino não estava no dia da inauguração. Entrou anos depois, porém estava presente no dia do fechamento da emissora. Como chefe de operações da TV Tupi, foi ele quem deu a ordem para que desligassem todos os aparelhos. "18 de julho de 1980. Mais ou menos ao meio-dia, dois engenheiros associados entraram na técnica, onde estava o responsável Albertino. E disseram: desligue a emissora. Tire o Cristal. Albertino deu a ordem ao seu funcionário imediato: Desligue. Esse não obedeceu. Tremeu. Assustou-se. Chorou. Aí os engenheiros disseram: é uma ordem. Pode desligar. E o cristal foi retirado. A TV Tupi saiu do ar", assim descreve a atriz Vida Alves no livro TV Tupi, uma Linda História de Amor. Atriz que fez história na televisão, foi ela quem escandalizou a sociedade ao dar o primeiro beijo. Atualmente, Vida apresenta um programa para a Melhor Idade, na TV Santa Cecília, aos sábados, às 9 horas.

Para Albertino, o que mais deixa saudade é a convivência. "A Tupi era como uma casa de amigos. Todo mundo era irmão. As equipes se protegiam. O mais legal, por fim, era ver o que estávamos fazendo sendo transmitido para todo o Brasil", relembra Albertino, que continuou sua trajetória na TV.

"O que mudou na televisão em 60? A tecnologia. Não é de ano em ano, nem de mês em mês, mas as novidades tecnológicas aparecem a cada segundo, modificando a qualidade técnica de fazer televisão. Porém, o conteúdo continua o mesmo, assim como a linguagem. As mudanças de conteúdo e linguagem são reflexo da própria sociedade, afinal de contas programas de TV, como as novelas – que tanto fazem sucesso – são uma cópia da vida real. Se hoje é possível ouvir tanto palavrão na TV é porque os padrões da sociedade se modificaram", destaca.
UNIFORME - Albertino Aor relembra de quando trabalhou na TV Tupi. Na foto, o jornalista veste o colete com o qual trabalhava na emissora
Foto: Nara Assunção, publicada com a matéria

Tema de TCC - Em 2009, duas alunas do curso de Jornalismo da Universidade Santa Cecília, Diana Lima e Camila Natalo, realizaram o trabalho de conclusão de curso (TCC) TV Tupi - 60 anos. "Foram seis meses de pesquisa e entrevistas. Nosso objetivo era fazer um panorama dos 60 anos de história, com foco na TV Tupi, pioneira no País", explica Diana, que cresceu assistindo televisão.

No TCC, as universitárias, hoje já formadas, entrevistaram importantes personagens da época da TV Tupi, como Vida Alves, uma das mais importantes atrizes brasileiras. Lima Duarte também foi um de seus personagens.

As primeiras transmissões eram realizadas ao vivo
Foto: arquivo pessoal de Albertino Aor Cunha, publicada com a matéria
 A TV nasceu elitista

Em entrevista por e-mail, Sérgio Mattos fala sobre a importância da Tupi e analisa o papel e a influência da TV como meio de comunicação social
Da Redação, por Diana Lima e Camila Natalo
Algumas das obras fundamentais para compreender com mais clareza o que é a televisão brasileira são de autoria de Sérgio Mattos, pesquisador, cronista, compositor e poeta. Ele tem em seu currículo 25 livros já publicados no Brasil e no exterior. Dentre eles, História da Televisão Brasileira: Uma visão econômica, social e política; A Televisão no Brasil: 50 anos de história (1950-2000) e Um perfil da TV brasileira: 40 anos de história 1950-1990.

Professor da Universidade Federal da Bahia e da Unidade Baiana de Ensino, Pesquisa e Extensão, jornalista, mestre e doutor em Comunicação pela Universidade do Texas (Austin, Estados Unidos), vencedor do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação, Sérgio Mattos é fascinado pela televisão brasileira. Na entrevista a seguir, ele discorre sobre a inserção da TV no País, sobre a importância da emissora pioneira e levanta questões acerca dos estudos relacionados ao meio.

Além de ser a primeira emissora no Brasil, qual a importância da TV Tupi influência na cultura popular?
Sérgio MattosA sua importância está, principalmente, no fato de ter sido a primeira emissora brasileira de TV. Historicamente, ela desbravou o setor, usou o jeitinho brasileiro para corrigir o desconhecimento técnico, improvisou quando não se tinha os recursos técnicos para manter a TV no ar.

Hoje em dia a televisão tem forte influência na cultura popular. Quando começou essa ligação entre a TV e o povo?
Sérgio Mattos
No início, a TV foi extremamente elitista e só começou a se tornar popular em sua segunda fase de desenvolvimento, com os programas de auditório. Na década de 1970, a televisão já havia se estabelecido no país como o mais ativo e importante veículo da indústria cultural.

Quando os estudiosos começaram a se interessar realmente pela televisão?
Sérgio Mattos
Apesar de a televisão ter começado a operar no Brasil em setembro de 1950, o veículo só passou a ser objeto de estudo a partir da década de 1960, quando os primeiros trabalhos, analisando o conteúdo de sua programação e seus efeitos sociais, começaram a ser produzidos.

Examinando o material bibliográfico sobre a televisão brasileira pode-se constatar que a maioria dos trabalhos produzidos no Brasil apresenta análises e descrições sobre como este veículo se desenvolveu, influenciou ou foi utilizado pelas classes dominantes. Constata-se ainda a escassez de autores que se dediquem ao estudo de aspectos ainda não examinados ou que já o foram, mas de maneira superficial ou dirigida. A história da TV no Brasil permanece com várias lacunas a serem resgatadas e explicadas. A TV precisa ser analisada como parte de um processo de mudanças e permanências das estruturas econômicas, políticas e sociais do país e não como parte isolada. A televisão precisa ser mais estudada a partir de uma abordagem socioeconômica, política e cultural que considere também o meio de comunicação como um agente que intervém e, ao mesmo tempo, reflete o ambiente no qual está inserido.

A televisão passou por diversas transformações. De que forma elas ocorreram e quais foram as mais importantes?
Sérgio Mattos
A televisão brasileira nasceu elitista. Em meu livro História da Televisão Brasileira: uma visão econômica, social e política apresento a evolução da TV em fases. A primeira delas, "A Fase Elitista", se estende de 1950 a 1964, quando o televisor era considerado um luxo ao qual apenas a elite econômica tinha acesso. Em 1964, surge a segunda, "a fase populista", no período de 1964 a 1975, quando a televisão era considerada um exemplo de modernidade e programas de auditório e de baixo nível tomavam grande parte da programação. A terceira fase, "A Fase do Desenvolvimento Tecnológico", começa em 1975 e termina em 1985. Durante a terceira fase, as redes de TV se aperfeiçoaram e começaram a produzir, com maior intensidade e profissionalismo, os seus próprios programas com estímulo de órgãos oficiais, visando, inclusive, a exportação. A quarta fase, da "Transição e da Expansão Internacional", compreende o período de 1985 a 1990, quando se intensificam as exportações de programas. A quinta fase, da "Globalização e da TV Paga", compreende o período de 1990 a 2000, quando o país busca a modernidade a qualquer custo e a televisão se adapta aos novos rumos da redemocratização. A sexta é "A Fase da Convergência e da Qualidade Digital", iniciada em 2000 e que se estende aos dias de hoje, com a tecnologia apontando para uma interatividade cada vez maior dos veículos de comunicação, principalmente a televisão, com a Internet e outras tecnologias da informação.

Em que contexto social e econômico a TV surgiu no Brasil?
Sérgio Mattos
A televisão representava o maior símbolo da modernização da época e as elites brasileiras aspiravam por ela. No Brasil, coincide com o começo de um importante período de mudanças na estrutura econômica, social e política. A TV surgiu dentro da estrutura de nacionalismo econômico, quando o governo Getúlio Vargas (1930—1945) começou a investir diretamente na expansão da indústria pesada, prática que se fortaleceu durante a Segunda Grande Guerra, transformando-se na principal política de seu segundo governo, de 1950 a 1954, ou seja, durante os quatro primeiros anos da televisão brasileira. Assim, o advento da televisão, em 1950, ocorreu durante o período de crescimento industrial. Com a intensificação da industrialização nos anos 1950, aumentou a migração das áreas rurais para as urbanas e o rádio transformou-se na mais importante fonte de informação da população.

Quando começou a popularidade da TV?
Sérgio Mattos
No período de 1964 a 1985, quando a televisão foi usada como uma poderosa ferramenta política, tanto de mobilização social como de formação de opinião pública.

Por que é tão difícil encontrarmos estudos mais profundos sobre a televisão no Brasil?
Sérgio Mattos
— Da mesma forma que a política socioeconômica brasileira se desenvolveu dentro de uma mesma matriz, mas sempre oscilando de acordo com as tendências mundiais e ideológicas vigentes, o desenvolvimento da televisão brasileira também sofreu a influência direta e indireta das mudanças do contexto. Contexto que apresenta não uma, mas várias realidades, tão díspares que podem levar alguns estudiosos a evitar, inclusive, de assumir uma periodização para estudar a televisão. Isso se deve à anomalia que é a nossa história contemporânea, que torna quase impossível a tarefa de estabelecer uma periodização de acordo com os rigores da historiografia, sob pena de apresentar distorções. Assim sendo, ao concentrar a atenção apenas em certos aspectos como, por exemplo, econômicos, performances técnicas e condições de produção, corre-se o risco de desconsiderar outras peculiaridades históricas que participam diretamente do processo. É preciso considerar que a política do país sempre oscilou de acordo com as tendências mundiais e ideológicas vigentes.

Rio - O antigo prédio do Cassino da Urca, onde funcionou a TV Tupi, depois de anos de abandono, voltou a ser utilizado. A construção, uma das mais charmosas e emblemáticas da cidade, debruçado sobre a Praia da Urca e a Enseada de Botafogo, está abrigando o Instituto Europeu de Design (IED), uma tradicional escola italiana, inaugurada nesta terça-feira. A escola oferece programas de pós-graduação e extensão, a partir do ano que vem vai ter cursos de graduação. A unidade, a segunda no Brasil — outra fica em São Paulo —, é uma aposta que tem tudo para dar certo, conforme diz um dos diretores do IED, o italiano Alessandro Maneti. Segundo ele, o Rio de Janeiro é um laboratório natural para os cursos oferecidos pela escola e servirá como inspiração para colocar em prática os projetos da escola, como a economia criativa: “A Copa e as Olimpíadas estão fazendo mais pessoas se interessarem pelo Rio”. O prédio que abrigou o antigo Cassino da Urca e a TV Tupi volta a ser ocupado depois de 30 anos Foto: Cacau Fernandes / Agência O Dia Ele contou que a escolha do prédio seguiu uma tendência da escola, que sempre se instala em locais que têm uma relação com a história da cidade que o sediará — há outras sedes na Itália, Espanha e China. Os diretores garantiram que a linha de ensino é a mesma em todos as unidades pelo mundo. O aluno pode começar a graduação em uma unidade e terminar em outra. Devido a um convênio com a prefeitura, o IED terá que oferecer 10% de suas vagas para bolsistas. O acordo prevê que os beneficiados sejam funcionários municipais e pessoas de baixa renda. Os candidatos terão que passar por processos de seleção, que ainda estão sendo definidos. O prédio do Cassino da Urca foi construído para servir de hotel na Exposição Internacional de 1922, comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Ganhou fama quando transformado em cassino em 1933 — fechado em 1946. Na década de 1950, o prédio voltou a ser ocupado. Dessa vez pela extinta TV Tupi, que ficou ali os anos 1980. Justiça garantiu início de atividades A criação da escola sofreu resistência da Associação de Moradores da Urca, que temiam que a criação de uma unidade de ensino na região tirasse a tranquilidade no bairro. O caso foi parar na Justiça. O prédio é propriedade da Prefeitura do Rio, que firmou acordo com o Instituto Europeu de Design e o cedeu pelo prazo de 50 anos. A escola é responsável por manter as fachadas — já que o local é tombado — e também por manter seu interior reformado. Alguns dos moradores do bairro foram contra a instalação da escola por acreditarem que os carros dos estudantes bloqueariam as ruas da Urca. Para tentar resolver essa situação, o IED prometeu estimular que seus alunos se deslocassem de transporte público ou bicicleta. Não houve acordo e um processo começou a tramitar na Justiça em 2009, que proibiu que a escola funcionasse. No final de 2012, desembargadores da 11ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio cassaram a liminar e autorizaram que o instituto italiano iniciasse suas atividades.

 A construção, uma das mais charmosas e emblemáticas da cidade, debruçado sobre a Praia da Urca e a Enseada de Botafogo, está abrigando o Instituto Europeu de Design (IED), uma tradicional escola italiana, inaugurada nesta terça-feira.
A escola oferece programas de pós-graduação e extensão, a partir do ano que vem vai ter cursos de graduação. A unidade, a segunda no Brasil — outra fica em São Paulo —, é uma aposta que tem tudo para dar certo, conforme diz um dos diretores do IED, o italiano Alessandro Maneti. Segundo ele, o Rio de Janeiro é um laboratório natural para os cursos oferecidos pela escola e servirá como inspiração para colocar em prática os projetos da escola, como a economia criativa: “A Copa e as Olimpíadas estão fazendo mais pessoas se interessarem pelo Rio”.

O prédio que abrigou o antigo Cassino da Urca e a TV Tupi volta a ser ocupado depois de 30 anos
Foto:  Cacau Fernandes / Agência O Dia
Ele contou que a escolha do prédio seguiu uma tendência da escola, que sempre se instala em locais que têm uma relação com a história da cidade que o sediará — há outras sedes na Itália, Espanha e China. Os diretores garantiram que a linha de ensino é a mesma em todos as unidades pelo mundo. O aluno pode começar a graduação em uma unidade e terminar em outra.
Devido a um convênio com a prefeitura, o IED terá que oferecer 10% de suas vagas para bolsistas. O acordo prevê que os beneficiados sejam funcionários municipais e pessoas de baixa renda. Os candidatos terão que passar por processos de seleção, que ainda estão sendo definidos.
O prédio do Cassino da Urca foi construído para servir de hotel na Exposição Internacional de 1922, comemorativa do Centenário da Independência do Brasil. Ganhou fama quando transformado em cassino em 1933 — fechado em 1946. Na década de 1950, o prédio voltou a ser ocupado. Dessa vez pela extinta TV Tupi, que ficou ali os anos 1980.
Justiça garantiu início de atividades
A criação da escola sofreu resistência da Associação de Moradores da Urca, que temiam que a criação de uma unidade de ensino na região tirasse a tranquilidade no bairro. O caso foi parar na Justiça. O prédio é propriedade da Prefeitura do Rio, que firmou acordo com o Instituto Europeu de Design e o cedeu pelo prazo de 50 anos. A escola é responsável por manter as fachadas — já que o local é tombado — e também por manter seu interior reformado.
Alguns dos moradores do bairro foram contra a instalação da escola por acreditarem que os carros dos estudantes bloqueariam as ruas da Urca. Para tentar resolver essa situação, o IED prometeu estimular que seus alunos se deslocassem de transporte público ou bicicleta. Não houve acordo e um processo começou a tramitar na Justiça em 2009, que proibiu que a escola funcionasse.
No final de 2012, desembargadores da 11ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio cassaram a liminar e autorizaram que o instituto italiano iniciasse suas atividades.

sábado, 20 de setembro de 2014

Abertura TV Ano 30 - TV Cultura - 1980

Criativa abertura do programa TV Ano 30, exibido em 1980 na então RTC
(Rádio e Televisão Cultura), atual TV Cultura. Feita por José Maurício
Sanches, ela mostra, de forma bastante agradável, os números e logotipos
antigos e atuais das emissoras então no ar no Brasil.

Memória TUPI

        Em 1948, quando Assis Chateaubriand fez a encomenda de equipamentos na RCA, nos Estados Unidos, desejava montar duas emissoras de televisão: uma em São Paulo, outra no Rio de Janeiro. A emissora da então capital federal foi inaugurada pouco menos de seis meses depois da estréia paulistana.
        O sonho de trazer a televisão para o Brasil circulava pelo imaginário de Chateaubriand desde a década de 1940. O sonho persistido culminou com a inauguração, em 18 de setembro de 1950, da primeira emissora de televisão do Brasil, a TV Tupi São Paulo, sintonizada no estado através do canal 3 até 1960, quando passou a operar no canal 4.
        No Rio de Janeiro, a TV Tupi era sintonizada no canal 6, mantendo o monopólio na cidade até 1955, quando foi inaugurada a TV Rio no canal 13. O presidente Eurico Gaspar Dutra, no emblemático dia 20 de janeiro de 1951, foi quem acionou o botão e ligou o transmissor.
        Os primórdios da televisão foi um dos episódios mais fascinantes desse período, relatado por diversas figuras que estiveram presentes durante o período de maturação da TV. A dificuldade técnica para a instalação do equipamentos foi considerado um dos grandes desafios dos primeiros profissionais de TV, muitos dos quais vindos do universo das rádios. A TV Tupi Rio possuía apenas duas câmeras e a dimensão do estúdio, em menor tamanho que o necessário, obrigou a saída dos profissionais para as ruas com o intuito de transmitir espetáculos tais como eram encenados nos teatros.
        A proibição dos cassinos no Brasil, pelo então presidente Gaspar Dutra, beneficiou a instalação da primeira televisão da cidade. A medida do presidente inviabilizou o trabalho de inúmeros profissionais que atuavam nos cassinos do então Distrito Federal. Com um now how técnico e artístico acumulado durante anos de serviço prestado aos cassinos, esses profissionais viram na televisão uma oportunidade de manterem a sua atividade artística e técnica, aliando-se a uma nova geração de diretores, atores, cenógrafos e cenotécnicos.
        A emissora funcionou neste período no mesmo prédio das rádios Tupi e Tamoio do Rio de Janeiro, também das Associadas, na avenida Venezuela, 43 quarto andar. O Jornal do Commercio publicou, no dia seguinte a inauguração, uma breve nota sobre o fato, destacando os convidados que estiveram presentes durante a ocasião.


“Com a presença do Sr. General do Exército Eurico Gaspar Dutra, Presidente da República, Ministros de Estado, parlamentares, Prefeito do Distrito Federal e Senhora General Angelo Mendes de Moraes, jornalistas e convidados especiais, inaugurou-se, ontem, às 12 horas a emissora Televisão Tupí, a primeira da America do Sul e instalada no alto do Pão de Açucar”.

        Desde o primeiro dia de funcionamento da emissora as dificuldades foram sentidas. Estúdios não possuiam tratamento acústico. Numa época em que aparelhos de ar-condicionado não exisitam, as janelas ficavam abertas  para diminuir o calor e evitar que os chamados panelões (refletores de luz) fossem acesos. Muitas vezes, o suor no rosto dos atores e atrizes era visível para os telespectadores que acompanhavam tramas ambientadas em outros países.  
        Apesar dos problemas enfretados, a TV Tupi contribuiu muito para a vida cultural carioca. Uma nova forma de comunicação surgia,  fornecendo uma gama de novas possibilidades de expressão com a população. Novos artistas, e muitos já consagrados, encantaram e divertiram o público carioca. A novela Beto Rockefeller, exibida na década de 60, revolucionou a forma como se fazia novela no Brasil, um gênero  que até então  era dominado por tramas cubanas ambientadas no século 19. Concebida por Cassiano Gabos Mendes e escrita por Bráulio Pedrosa, a trama inovou ao trazer no papel principal a figura de um anti-heroi, além de introduzir elementos do cotidiano brasileiro na história.

      
  Outros exemplos do pioneirismo artístico da TV Tupi podem ser citados, tais como o programa Buzina do Chacrinha, comandado por Abelardo Barbosa, o programa Flávio Cavalcanti, entre tantos outros programas e novelas. Todos esses programas ofereceram formatos até hoje copiados pelas mais diversas emissoras de TV do país.
        A emissora carioca saiu do ar no dia 18 de julho de 1980, quando a TV Tupi São Paulo e todas as outras emissoras da Rede Tupi tiveram suas concessões cassadas ilegalmente pelo Governo Federal, um dos episódios mais tristes da televisão brasileira.     
        Em 1981, o Governo Federal forneceu a concessão do canal 6 do Rio de Janeiro ao empresário Adolpho Bloch, dono do Grupo Bloch, entrando no ar em 1983, nascendo a TV Manchete RJ, cabeça da Rede Manchete. Desde 1999 até os dias de hoje, a concessão do canal 6 pertence a RedeTV! Rio de Janeiro, emissora própria da RedeTV!.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Há 64 anos nascia a Tv Tupi(primeira emissora de Tv da América Latina)

Tv Brasileira  comemora 64 anos

 Chateaubriand inaugurou a TV Tupi de São Paulo no dia 18 de setembro de 1950,no programa inaugural, Festa na Taba, o elenco era todo do rádio.  Começou com Lolita Rodrigues cantando o Hino da Televisão, com letra do poeta Guilherme de Almeida. No estúdio havia apenas uma pessoa já familiarizada com tudo aquilo, o engenheiro da RCA, Walter Obermuller.  Os demais, técnicos, produtores e artistas, estavam naquela missão sem nunca terem assistido televisão.A TV começou ao vivo, com poucas horas no ar. Uma só emissora. Com o tempo surgiram novas estações, como se dizia na época, e o horário no ar cresceu.  Veio o videotape e a TV deu um salto: os programas ficaram  mais elaborados e podiam ser exibidos em outras emissoras, pelo Brasil afora. Um dia surgiu o satélite e os programas passaram e ser exibidos no mesmo horário para todo o público. Veio a transmissão em cores, o cabo, a TV via parabólica doméstica, a técnica digital, o padrão HD, o 4K. A história não para.Cena do seriado juvenil Angélika no estúdio B da TV TupiCena do seriado juvenil Angélika no estúdio B da TV Tupi

 Departamento de projeção da Tupi paulista(Departamento de projeção da Tupi paulista-fotos de Raymundo Lessa de Mattos publicadas no livro "A TV antes do VT" dele e David Jose Lessa Mattos)
Para comemorar o aniversario de 64 anos da TV no Brasil, a PRÓ-TV, entidade que trabalha na preservação da memória da televisão brasileira, promove  uma  festa  neste sábado, dia 20, na sua sede no bairro do Sumaré em São Paulo.  Será às 17h, com show de Rolando Boldrin, um dos pioneiros em atividade até hoje.


No dia 27, sábado, às 15h, a PRÓ- TV promove no Memorial da América Latina, em São Paulo o lançamento do livro  "A Televisão em 3 Tempos", do pesquisador Elmo Francfort. O livro fala do Brasil e sua TV em três fases marcantes: a época do preto e branco, a chegada da cor e a revolução da TV digital.

domingo, 7 de setembro de 2014

OVELHA NEGRA - Novela da TV Tupi

Abertura da novela Ovelha Negra - TV Tupi

Ovelha Negra

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m 1975 Cleyde Yáconis protagonizou a novela Ovelha Negra, escrita em parceria por Walter Negrão e Chico de Assis na TV Tupihttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgv8ZVKYdhA_lJxI26KbYIwzlFTk3Oos1FrSI6nKAWwpQo-zTfc9IItUM0VMDN_ThbpJ2S8BBMf-EsCf1iCNNv_dHi9C8BKE-0k2la-LKUD08O0DVGnPsD0X7pNB-Y7SUiXFik5eTaFxCcs/s400/mundonovelaslauracardosoemovelj=hanegra.jpgovel

Ovelha Negra é uma telenovela brasileira produzida pela Rede Tupi e levada ao ar entre 2 de junho e 30 de setembro de 1975, substituindo a novela Ídolo de Pano e sendo substituída por A Viagem, às 20 horas.

Escrita por Walther Negrão e Chico de Assis e dirigida por Edson Braga e Atílio Riccó.

Sinopse

Júlio Monteiro é a "ovelha negra" da cidade e ambiciona liderar a estância termal, mas por causa das suas brincadeiras de mau gosto e por saber demais sobre a vida dos moradores da cidade, atrai a ira de todos e é expulso. Mas ele vai lutar para provar a todos que não é ruim. Vai disputar com seu pai o coração de Laura.

Elenco

Trilha sonora

  • "O Trenzinho do Caipira" - Orquestra Renato de Oliveira
  • "Palavrão" - Rolando Boldrin
  • "Amo-te Muito" - Daisy de Souza
  • "Casinha" - Sílvio Brito
  • "Beco dos Baleiros (Papéis de Chocolate)" - Fagner
  • "Mourão da Porteira" - Ângelo Antônio
  • "Dez Bilhões de Neurônios" - Paulinho Nogueira
  • "Abismo de Rosas" - Radamés Gnattali
  • "Atitude" - Rolando Boldrin
  • "Menestrel" - Ângelo Antônio
  • "Vida Mansa" - Marcelo Costa
    • Ovelha negra era o primeiro fruto da parceria entre os autores Walter Negrão e Chico de Assis, que renderia ainda Xeque-mate e Cinderela 77.
    • Apesar de não ter atingido o sucesso de audiência previsto pela emissora - competindo com os capítulos finais de Escalada na Globo, Ovelha negra é considerada uma novela bastante interessante, que não teve tratamento à altura por parte da TV Tupi. Tanto que, em agosto, quando a Globo começou a reprisar Selva de pedra, a emissora decidiu acabar com a telenovela antes do previsto e estrear uma nova para concorrer com a reprise global e, assim, ganhar audiência. Essa nova atração, de grande sucesso, foi A viagem.

Um Sol Maior- TV TUPI - 1977

Um Sol Maior é uma telenovela brasileira produzida pela  Rede Tupi e exibida de 2 de maio a 22 de outubro de 1977. Foi escrita por Teixeira Filho e dirigida por Edson Braga, Henrique Martins e Waldemar de Moraes.

Sinopse

Interior do estado do Paraná, anos 30. Para lá se dirigiu um rico imigrante italiano, Giácomo Nerone, para criar aquela que seria uma das maiores fazendas da região. Giácomo manda vir da Itália um engenheiro agrícola conhecido seu, Mário D'Angelo, pobre mas ambicioso e sem escrúpulos. Após ter sido mordido por uma cobra, Giácomo morre sem ter sido socorrido por Mário. Morto o fazendeiro, ele o enterra e assume sua identidade. Feito isso, avisa sua própria família na Itália que Mário D'Angelo é que havia morrido.
Depois de assumir falsa identidade, Mário - ou melhor, Giácomo - progride, casa, fica milionário e tem um filho: Mário, músico idealista sem sucesso na carreira e pobre. A vocação artística de Mário não tem a aprovação do pai. Por isso ele é repudiado abandonando o conforto do lar paterno e mudando-se para São Paulo, onde, durante anos seguidos, sobrevive como violinista.
Os anos passam, Mário se casa e precariamente sustenta uma família que herdou a ambição desmedida de seu pai. Diante das pressões que sofre, ele abandona o sonho de reger uma grande orquestra e vai dirigir uma das firmas de sua família.
A essa altura dos acontecimentos surgem duas pessoas que vão remexer o passado e descobrir a verdadeira identidade de Giácomo Nerone: o delegado Rangel, e Luigi, parente do "falecido" Mário D'Angelo, que acaba de chegar da Itália.

Elenco Principal:

  • Rodolfo Mayer .... Giacomo Nerone / Mario D'Angelo
  • Marco Nanini .... Lauro
  • Zanoni Ferrite .... Mario Nerone
  • Sandra Barsotti .... Márcia
  • Lisa Vieira .... Eliane
  • Jonas Mello .... Luigi D'Angelo
  • Laura Cardoso .... Mariana
  • Paulo Goulart .... Rangel
  • Denise Del Vecchio .... Betty
  • Kadu Moliterno (como Carlos Eduardo) .... Alberto

Trilha sonora

Nacional

  • "Reencontro" - Luiz Ayrão
  • "The First Time" - Orquestrado
  • "Você" - Claudete Soares
  • "Meiga Presença" - José Milton
  • "Descanso" - César Costa Filho
  • "Flutuando no Seu Amor" - Maria Tereza
  • "Ai Quem Me Dera" - Clara Nunes
  • "Foi Um Sonho Só" - Gérson Combo
  • "Tudo Está Mudado" - Benito Di Paula
  • "Rugas" - Luiz Carlos Clay
  • "Pare e Pense" - Sidney Quintela
  • "Uma Chance" - Gérson Combo

  • "You Are My Love" – Liverpool Express
  • "Feel Like Makin' Love" – Kaliba
  • "Miracles" – Lena Martell
  • "Caring" – Donny Willer
  • "Making Love To a Memory" – Blue Magic
  • "The First Time" – Peter Ohio
  • "Questo Amore, Amore, Amore" – C+C
  • "Amore Nei Ricordi" – Complesso Anteprima
  • "Il Vero Amore" – Andrea Zarrillo
  • "Anima Persa" – Francis Lai
  • "O Tu, O Nada" – Pablo Abraira
  • "Don't Cry For Me Argentina" - Barbra Jo Anne

A Viagem-Tv Tupi

http://memoriaglobo.globo.com/data/files/C8/63/1F/32/BBECF31072AC0CF3494B07A8/globo__Autora-Ivani%20Ribeiro%20I0000507__gallefull.JPG
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A Viagem é uma telenovela brasileira, produzida pela Rede Tupi e exibida de 1º de outubro de 1975 a 27 de março de 1976, às 20 horas, em 141 capítulos. Escrita por Ivani Ribeiro, foi dirigida por Edson Braga e Atílio Riccó, com supervisão geral de Carlos Zara. Inspirada nos livros Nosso Lar e E a Vida Continua..., ambos psicografados pelo médium Chico Xavier.

Elenco


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